1780 :
Região de Cuzco, Perú, 3300 metros de altitude: José Gabriel Tupac Amaru, cacique da aldeia de
Tungasuca, no vale do Vilcanota, antigo rio sagrado, entre Cuzco e o lago Titicaca, nos Andes do
Perú meridional, inicia a maior rebelião indígena de toda a história colonial hispano-americana.
José Gabriel Tupac Amaru descendia, pelo lado da mãe,da antiga dinastia Inca destruida dois
séculos antes pelos soldados de Castela. O seu nome está hoje associado as lutas de emancipação
nacional do Perú.
1781 :
Num dia frio de primavera,o chefe rebelde é esquartejado em público por ordem da administração
colonial espanhola, em presença do visitador Areche. O seu filho mais novo, Fernando, de
pé debaixo de uma forca, assiste a execução do pai.
1786 :
Ás 10 e meia da noite de 2 de Fevereiro, o navio de guerra espanhol de 64 canhões
San Pedro de Alcantara bate contra as rochas da península da
Papoa, em Peniche: 128 mortos.
Entre as vítimas encontram-se 17 índios, prisioneiros políticos, homens, mulheres e crianças
ligados á rebelião de Tupac Amaru. Entre os presos sobreviventes encontra-se Fernando Tupac
Amaru. O rapaz, subitamente livre após ter escapado á morte no naufrágio, acaba por entregar-se
ás autoridades. É enviado para Espanha onde morrerá anos mais tarde.
Nos
meses seguintes Peniche transforma-se num estaleiro submarino internacional, com a participação
de cerca de 40 mergulhadores de toda a Europa, vindos para salvar a carga de metal precioso
perdida no naufrágio. O salvamento‚ um sucesso técnico divulgado mês após mês pelas gazetas da
Europa.
No fundo do mar, segundo julgamos, não resta virtualmente nada do navio de guerra de 64
canhões construído na ilha de Cuba em madeira de caoba, uma essência tropical reputada,
por um construtor naval britânico ao serviço da armada de Sua Majestade Católica, o rei de
Espanha. No mês de Junho de 1786, os mergulhadores conseguem inclusivamente levantar o próprio
fundo da querena que rebocam até á praia de Peniche de Cima onde o grande esqueleto de madeira
acaba então por ser desmontado para recuperação de todo o tesouro embarcado no Perú.
Na pista do San Pedro de Alcantara:
1975:
Início da investigação em arquivos históricos europeus dos documentos relacionados com o tema
(J.Y.Blot).
1977:
Localização e identificação (pelo arqueólogo Jean-Yves Blot) do sítio de naufrágio do navio
espanhol San Pedro de Alcantara
1982:
O caso do San Pedro de Alcantara ‚ tema de um estudo de J-Y Blot apresentado na
Universidade da Sorbonne, em Paris : "Une navigation carrefour : le naufrage du San Pedro de
Alcantara (Peniche, Portugal,2 février 1786) (nota 1).
1984:
Após concessão de uma bolsa atribuída pela Casa Velazquez para uma investigação histórica
consagrada ao mesmo tema, o Museu do Mar de Cascais publica, juntamente com o Museu Nacional de
Arqueologia e de Etnologia de Lisboa, a monografia intitulada "O naufrágio do San Pedro de
Alcantara(...)", de J-Y Blot (nota 2).
1985:
Prospecção magnética em terra, na parte da costa norte de Peniche chamada "Porto de Areia
Norte",para a localização do sítio de enterramento dos náufragos do "San Pedro de
Alcantara"(1786). Participação de: Câmara Municipal de Peniche, Laboratório de Arqueometria da
Universidade de Tours, França (A.Kermorvant) e Escuela Politécnica de La Rabida, Espanha
(F.Pratt,S.Romero). Financiamento da associação GRIEMM, Musée de la Marine, Paris.
Contaminação arqueológica : registo cinematográfico do testemunho do comandante Francisco
Duarte, ex-capitão do cargueiro João Diogo naufragado em 1963 na vizinhança do sítio de
naufrágio do San Pedro de Alcantara. O testemunho ‚ gravado em película de 16mm no
domicílio deste marinheiro, pouco antes da sua morte. Realização de Ricardo Costa .
Em entrevistas anteriores com Jean-Yves Blot, o comandante Duarte observou um punho de serra
em bronze encontrado no local do naufrágio do João Diogo e afastou a hipótese de se tratar
de uma ferramenta pertencente ao cargueiro naufragado em 1963 (nota 3). Uma investigação
posterior permitiu associar a peça aos equipamentos dos mergulhadores do século XVIII para
remover obstaculos de madeira no fundo do mar (nota 4).
1986:
2 de Fevereiro. Inauguração no Museu Municipal de Peniche (aberto em 1984 no espaço da
Fortaleza de Peniche) de uma pequena exposição comemorativa do bicentenário do naufrágio do
San Pedro de Alcantara.
Realização de um diaporama sobre o mesmo tema, por Ricardo Costa, imagens J-Y Blot.
1986:
Julho. Segunda prospecção magnética (Kermorvant, Pratt, Romero, da Universidade de Tours e da
Escuela Politécnica de La Rabida) no terreno de Peniche de Cima, Porto de Areia Norte, local
provável das inumações das vítimas do acidente de 1786.
Primeira campanha de escavações arqueológicas, sob a égide do Museu Nacional de Arqueologia e
Etnologia de Lisboa, no local dos enterramentos de Peniche de Cima, sob a orientação de J-Y Blot,
Maria Luisa P.Blot e Jane Tatoni.
Localização dos primeiros vestígios osteológicos humanos de náufragos do San Pedro de
Alcantara
Início de filmagens sobre as escavações arqueológicas (realização: Franscico Henriques).
Apoio da Câmara Municipal de Peniche e da Escola de Sargentos do Exército de Caldas da Rainha.
1987:
Maio. Viagem de investigação ao Perú (J-Y Blot) a Lima, Cuzco, e no vale de Vilcanota (Andes)
para investigar diversos aspectos relacionados com os materiais arqueológicos presentes no sítio
arqueológico do San Pedro de Alcantara, em Peniche.
Primeiro contacto com a antropóloga peruana Dra. Judith Vivar, da Universidade Católica de
Lima, e planeamento de uma futura colaboração desta cientista no estudo antropológico dos
esqueletos dos náufragos de 1786.
Julho-Agosto : segunda campanha arqueológica em Peniche de Cima (M.N.A.). Financiamento:
Departamento de Arqueologia do Instituto Português do Património Cultural. Apoio
técnico-financeiro da Câmara Municipal de Peniche. Apoio da Escola de Sargentos do Exército de
Caldas da Rainha. Direção científica das escavações : Maria-Luisa P.Blot & J-Y Blot.
Apresentação do estaleiro arqueológico de Peniche de Cima ao representante da embaixada do
Perú (adido cultural) e recepção do mesmo na Câmara Municipal de Peniche.
Visitas guiadas diárias no estaleiro arqueológico de Peniche de Cima.
Animação cultural com apresentação de diaporama (realização de Viriato Coelho, produção do
Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa) dedicado ao San Pedro de Alcantara (difusão no
Centro de Turismo da Câmara Municipal de Peniche).
Continuação das filmagens (M.N.A.,co-realização Francisco Henriques/Viriato Coelho).
Reportagem televisiva da World Wide TV News (W.T.N.), realizador: Jean Marco.
"Festa do Osso" : Baile festivo organizado para autofinanciar a campanha de escavações de
1987. Colaboração Rádio Litoral de Peniche, Clube Recreativo Penichense, Zorba (cavalo) e Ruço
(mula). Entre os números apresentados : "Cacos Clay contra a Bilha", "Drácula e a Arqueóloga",
"Aniversário do Careca" (improvisado), etc...As dívidas da escavação sao pagas com as entradas do
baile.
Dezembro.Mónaco, leilão das galerias Sotheby's e aquisição, pelo Instituto Português do
Património Cultural (IPPC) de dois quadros do pintor Jean Pillement (1728-1808) relativos ao
naufrágio e salvamento posterior do tesouro do San Pedro de Alcantara em Peniche, em 1786. Os
quadros encontram-se hoje no Museu Nacional de Arqueologia, M.N.A.,Lisboa. Jean Pillement fez
três estadias em Portugal, pais onde deixou uma obra abundante.
O interesse pessoal do banqueiro Ricardo Espírito Santo pela obra de Pillement desencadeou no
período mais recente uma nova onda de interesse em Portugal por este pintor francês .
1988:
Julho-Setembro. Primeira campanha arqueológica submarina no sítio do naufrágio do San Pedro
de Alcantara (M.N.A., direcção científica J-Y Blot).
Terceira campanha arqueológica terrestre em Peniche de Cima (M.N.A.,direcção científica: Maria
Luisa P.Blot).
Financiamento do Instituto Português do Património Cultural.
Apoio Câmara Municipal de Peniche, Escola de Sargentos do Exército de Caldas da Rainha e
vários particulares de Peniche. Alojamento dos participantes na Fortaleza de Peniche.
Continuação das filmagens (M.N.A., realização: Francisco Henriques, Viriato Coelho. Imagens
submarinas: Viriato Coelho e Gustavo de Carvalho. Difusão de uma reportagem sobre os trabalhos
efectuados (M6 Paris.Realização de Francisco Henriques, imagens de Viriato Coelho.).
Reportagem televisiva da R.T.P..Realização de António Branco.
Reportagem da TV Soviética
Numerosas reportagens na imprensa nacional
1989:
Visita guiada (I) aos sítios da península de Peniche relacionados com o naufrágio do San Pedro
de Alcantara (Maria Luisa P.Blot, Centro Nacional de Cultura -C.N.C.-)).
Visita guiada (II) ao espólio proveniente das escavações terrestres do San Pedro de Alcantara
conservado no M.N.A.-Lisboa- (Maria Luisa P.Blot, C.N.C.).
Visita guiada (III) ao espólio do San Pedro de Alcantara em tratamento no Laboratório de
Conservação e Restauro do Museu Monográfico de Conimbriga (Maria-Luisa P.Blot, C.N.C.).
O Serviço Hidrográfico da Marinha de Brest, França (EPSHOM), autor de uma modelização dos
movimentos das marés no mundo válido para todo o calendário gregoriano (dos nossos dias até ao
ano de 1582), calcula as alturas de marés no dia 2 de Fevereiro de 1786 em Peniche.
A astrónoma Dra.Alfredina do Campo, do Observatório Astronómico da Ajuda, em Lisboa, determina
a equação de tempo em Peniche naquele dia de 1786, permitindo utilizar os dados de marés obtidos
no EPSHOM de Brest.
O conjunto permite observar que a hora do naufrágio do San Pedro de Alcantara coincidiu
com uma maré extremamente baixa em Peniche. Acabava de ser lançada uma nova fase da investigação
que iria levar os investigadores a interessar-se doravante, com a máxima precisão, pelas formas
do próprio navio, o San Pedro de Alcantara, de 64 canhões, construído no arsenal de Cuba
em 1771, com madeiras tropicais.
1990:
Conferência no Centro Cultural de Beja sobre as investigações levadas a cabo em torno do
naufrágio do San Pedro de Alcantara (Maria Luisa P.Blot).
Novembro : "Arqueologia de um navio : o San Pedro de Alcantara" ( artigo de J-Y e Maria Luísa
P.Blot na revista Oceanos, nº5, Comissão dos Descobrimentos, Lisboa).
Rolex, Suiça .Prémio "Rolex Awards for Enterprise", (Honourable Mention) concedido ao
arqueólogo J-Y Blot: "Investigating the last voyage of San Pedro de Alcantara" (o texto integral,
em inglês, com este título, encontra-se reproduzido em anexo, ver em anexo ficheiro ROLEX3.WPS).
A entrega do prémio tem lugar no restaurante Michel (Cais de Alcantara, Lisboa) por um
responsável da firma Rolex,de Genebra.
1991:
Março. Paris. Revista La Recherche, publicação do artigo "Le Naufrage du San Pedro de
Alcantara" (J-Y Blot e Maria Luísa P.Blot).
Julho. Louisiana, U.S.A.: 47º Congresso Internacional de Americanistas, Universidade de
Tulane, New-Orleans.
A convite dos organizadores deste Congresso ‚ dedicado um Simposium ao tema do interface
história-arqueologia em sítios arqueológicos americanos fora do território americano. Os
arqueólogos responsáveis pelos trabalhos nos sítios do San Pedro de Alcantara em Peniche
apresentam em conferência, no âmbito do Simposium referido, os resultados obtidos até á data :
-J-Y Blot : "Um caso de interface história-arqueologia : o naufrágio do San Pedro de Alcantara,
Peniche, Portugal, 1786".
-M.L. P.Blot : "Traumatologia de restos humanos : o caso do naufrágio do San Pedro de
Alcantara".
1992:
Outubro. Conferência na Academia de Marinha de Lisboa ("Um caso de interface
história-arqueologia : o naufrágio do San Pedro de Alcantara, 1786, Peniche).J-Y Blot e
M.L. Blot. O tema desta conferência será publicado mais tarde sob o mesmo título, pela Academia
de Marinha de Lisboa.
Visita guiada aos sítios da península de Peniche relacionados com o naufrágio do San Pedro
de Alcantara no âmbito do Primeiro Curso de Conservação de Património Arqueológico de
Proveniência Aquática (Maria-Luisa P.Blot, Museu de Peniche).
1993 :
Abril : 1ª fase de um Atelier de Escultura dedicado concepção de um monumento evocador do
naufrágio do San Pedro de Alcantara a realizar pelos alunos de Arte e Design do ensino
secundário de Peniche. Orientador : escultor João Duarte, professor da Escola Superior de Belas
Artes, Lisboa. Iniciativa de M.L.Blot, Museu de Peniche.
Junho: Exposição no Museu de Peniche : "Estudos para um monumento na Papoa"- resultado dos
trabalhos do Atelier de Escultura orientado por João Duarte.
Agosto : 4ª campanha de excavações terrestres no sítio do enterramento das vítimas do
naufrágio do San Pedro de Alcantara, Peniche de Cima. Apoio Câmara Municipal de Peniche,
Museu de Peniche, Serviços de Arqueologia (IPPAR), Escola de Sargentos do Exército de Caldas da
Rainha. Patrocínio para alimentação da equipa de escavação (loja "A Flor do Restelo", Lisboa).
Dezembro : conferência de Maria Luísa P. Blot na Academia de Marinha de Lisboa :"Os efeitos do
mar nos esqueletos dos náufragos do San Pedro de Alcantara, 1786" (nota 5).
1994:
Publicação de "O interface História -Arqueologia: o caso do San Pedro de Alcantara", de
Jean-Yves Blot e Maria Luísa P.Blot. Edição da Academia de Marinha de Lisboa.
Agosto : 5a campanha arqueológica terrestre em Peniche. Descoberta dos restos humanos do 24º
náufrago de 1786 . Mesmos apoios do que nas campanhas anteriores.
Setembro : sob a égide do Museu de Peniche, com a participação da Associação Ocidente (grupo
dedicado a história da costa e regiõo de Peniche) e apoio do Clube Naval de Peniche ‚ organizado
um curso de introdução ás técnicas da arqueologia subaquática (orientação de J.Y.Blot) durante o
qual o especialista britânico Nick Rule, autor do sistema de triangulação em 3 dimensões no sítio
submarino do Mary-Rose(1545) em Inglaterra, vem iniciar os participantes a essa tecnologia
a aplicar no sítio submarino do San Pedro de Alcantara. Em conjunto com J-Y Blot,
orientador do curso, Nick Rule efectua o tratamento tridimensional das medições obtidas em 1988
no sítio submarino do San Pedro de Alcantara.
Setembro : conferência nas 6as Jornadas de Engenharia Naval, Viana do Castelo : "Interpretação
do naufrágio do San Pedro de Alcantara na costa de Peniche (1786)"(J-Y Blot). Esta
conferência integra-se numa investigação dos aspectos de arqueologia naval relacionados com o
San Pedro de Alcantara a convite do engenheiro Carlos Guedes Soares, director do Departamento
de Engenharia Naval do Instituto Superior Técnico (IST) de Lisboa.
Outros aspectos da aplicação da engenharia naval a casos de arqueologia são apresentados numa
outra conferência ("Aplicação de métodos automáticos ao estudo de formas de cascos antigos", por
J-Y Blot, P.Ruiz, M.F.Ventura e C.Guedes Soares) (nota 6).
Os trabalhos arqueológicos de Peniche em torno do San Pedro de Alcantara são
apresentados ao grande público (J.Y.Blot e M.L.Blot) no Atlas de Arqueologia da Grande
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (nota 7).
Novembro 1994-Fevereiro 1995 : preparação da exposição "O Navio do Ultimo Inca", na capela da
Fortaleza-Museu de Peniche, por uma equipa de voluntários de Peniche:
1995 :
Primavera: a Câmara Municipal de Peniche e o Departamento de Engenharia Naval do Instituto
Superior Técnico assinam um convénio no quadro das investigações arqueológicas realizadas sob a
égide do Museu de Peniche em torno dos sítios arqueológicos do San Pedro de Alcantara. O
protocolo destina-se a concretizar um pedido de financiamento, por parte do Museu de Peniche e do
Instituto Superior Técnico, no quadro do programa comunitário Praxis XXI, para realização da
modelização das formas de um navio de 64 canhões do tipo do San Pedro de Alcantara.
Setembro, Lima, Perú : a convite do historiador naval peruano Jorge Ortiz, Jean-Yves Blot e
Maria Luisa P.Blot apresentam alguns aspectos dos trabalhos realizados em Peniche em torno dos
sítios arqueológicos do San Pedro de Alcantara no decurso de um Colóquio Internacional de
História Marítima realizado em Lima pela Universidade Católica daquela cidade.
No decurso da estadia, os arqueólogos visitam sítios arqueológicos relacionados com o San
Pedro de Alcantara, nomeadamente em grutas e ruínas da região de Tarma onde, no princípio dos
anos 1780 os botanistas Ruiz e Pavon recolheram peças de cerâmicas e outras antiguidades do Perú
pré-hispânico que enviaram a bordo do San Pedro de Alcantara .
Os vestígios dessas colecções científicas encontram-se hoje debaixo do mar de Peniche.
1996 :
Julho : Escorial, Espanha, curso da Universidade Complutense de Madrid. Os últimos aspectos da
investigação relacionada com as questões de arqueologia naval do sítio submarino de Peniche são
apresentados por J-Y Blot ( "San Pedro de Alcantara: analyse d'un cas de surcharge").
Director do Curso: Cruz Apestegui, Escuela de Ingenieros Navales, Madrid.
Final do Verão: por despacho do ministro da Cultura de Julho de 1996, após decisão da anterior
Comissão do Património Cultural Subaquático e informação do IPPAR de 10/8/1995 , os trabalhos
arqueológicos em Peniche no sítio submarino do naufrágio do San Pedro de Alcantara serão
reiniciados no próximo mês de Setembro de 1997, com subsídio do IPPAR (Instituto Português do
Património Arquitectónico e Arqueológico) e apoios da Câmara Municipal de Peniche, Capitania do
Porto de Peniche , Clube Naval de Peniche e Bombeiros Voluntários de Peniche.
O programa da campanha SPA 1996-1997 consiste em instalar no fundo do mar uma rede de
triangulação em três dimensões (dezenas de marcos topográficos submarinos cravados na rocha-mãe
com pistola pneumática) para poder realizar-se em seguida uma cartografia submarina de grande
precisão.
Para tal efeito, as profundidades são medidas com uma precisão de alguns centímetros e as
distâncias com uma precisão da ordem de 2 a 3 milímetros em todo o perímetro associado ao
naufrágio de 1786.
Esta "rede" de topografia submarina destina-se a cobrir toda a zona do fundo do mar de Peniche
onde existe possibilidade de serem encontrados vestígios arqueológicos relacionados com o
naufrágio do San Pedro de Alcantara de 1786.
Jean-Yves Blot
Notas
Nota 1 -J-Y Blot, Diplôme d'Études Approfondies (D.E.A.), Laboratoire d'Histoire
Maritime, Sorbonne, sob a direcção do historiador Jean Meyer.
Nota 2 - Separata nº2,série Arqueologica Vol.I, Museu do Mar, C,M.Cascais /
M.N.A.E.,94p.
Nota 3 -A fotografia do comandante Duarte examinando o punho de bronze
encontra-se publicada na pagina 89 da monografia de Jean-Yves Blot e Maria Luisa Pinheiro Blot : "O
interface História-Arqueologia : o caso do "San Pedro de Alcantara"(1786)", Academia de Marinha,
Lisboa 1992,93 p.
Nota 4 - Para mais pormenores,ver o texto "La Scie et le Capitaine").
Nota 5 - O texto foi publicado posteriormente, com o mesmo título, pela Academia
de Marinha de Lisboa,1993, 21 p.
Nota 6 - Os textos dessas conferências foram publicados por C.Guedes Soares ("A
Engenharia Naval em Portugal.Volume X. IST,Dezembro de 1995,pp.3.1-3.49 e 5.1-5.36).
Nota 7 - Edições Zairol, Lisboa,1994,pp.382-383)
Textos San Pedro de Alcantara
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